JOÃO FONA - UM PINCEL E UM VIOLÃO

JOÃO FONA
 
O saudoso artista santareno em 
pose para a posteridade 

JOÃO FONA
Um Pincel e Um Violão
Emir Bemerguy 
 
Duas horas da madrugada... No céu, uma Lua capaz de arrancar insuspeitados lirismos até de prosaicos e empedernidos corações, desses afeitos às cifras e aos borradores.
Voltáramos de uma farta pescaria ali na Ilha dos Patos, e agora, sentados na areia fofa da "Maria José", esperávamos, disfarçando a impaciência, que ficassem prontos os peixes da "piracaia". Tentadoramente, aguçando respeitados apetites, eles chiavam no moquém e a noite serena se aromatizava com aquele cheiro inconfundível e gostoso de gordos tucunarés no braseiro.
O AUTODIDATA – Eis aí um dos muitos episódios interessantes que eu poderia contar sobre o João Fona que conheci. Quando, um dia, se estabeleceram todas as prioridades históricas em Santarém, esse hoje quase esquecido conterrâneo emergirá do injusto e até revoltante anonimato a que ora o relegamos, nesta época esquicita em que figurões desconhecidos (ou, ao contrário, conhecidos demais . . .) têm seus nomes perpetuados em placas de ruas, escolas, estátuas e outras formas de consagração. Por sua incomum criatividade artística, pelo notável talento musical que nunca teve ensejo de aprimorar em centros maiores, ele se fez legítimo credor de um lugar emoldurado com destaque na galeria de nossos mais insignes vultos. Tentarei justificar o que afirmo. SAIBA MAIS

Fonte: Programa da Festa de Nossa Senhora da Conceição, Santarém, Pará – 8 de dezembro de 1974, págs. 7,9 e 11

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