SANTARÉM - Henry Walter Bates - UM NATURALISTA NO RIO AMAZONAS

SANTARÉM

Localização de Santarém.  -  Modos e costumes dos habitantes. -  Clima.  - Campos relvados e matas.  -  Excursões a Mapiri, Maicá e Irurá, com alguns dados sabre a sua história natural; palmeiras, árvores frutíferas silvestres, abelhas, variados tipos de vespas, preguiças.

 Já fiz um breve relato sobre a extensão, localização e aspecto geral de Santarém. Embora não conte com mais de 2.500 habitantes, trata-se da cidade mais importante e mais civilizada encontrada   nas margens do rio principal, desde o Peru até o Atlântico. Essa encantadora cidade, com suas fileiras de casas razoavelmente uniformes, de paredes caiadas de branco e telhados vermelhos, rodeados   por verdejantes jardins e pomares, ergue-se numa suave colina na margem oriental do Tapajós, nas proximidades de sua confluência com o Amazonas. Um pequeno outeiro, sobre o qual tinha sido erigido um forte, que agora se acha praticamente em rumas, forma o limite oriental da foz do rio.  Em Santarém, o Tapajós fica reduzido a uma largura de dois quilômetros aproximadamente, devido ao acréscimo de terras aluviais, que formam uma espécie de delta no lado ocidental; vinte e um quilômetros acima, o rio pode ser apreciado em toda a sua largura - quatorze ou dezesseis quilômetros - e a soberba e montanhosa região, através da qual ele corre, vindo do Sul, toma-se perfeitamente visível nas duas margens. Essas terras altas, que parecem constituir um prolongamento dos tabuleiros do Brasil Central, estendem-se quase sem interrupção ao longo da banda oriental do rio até a sua foz, em Santarém. A paisagem, bem como o solo, a vegetação e a fauna dessa região são totalmente diferentes dos que se veem nas terras planas e uniformes que margeiam o Amazonas, na maior parte do seu curso.  Depois de uma viagem de várias semanas pelo rio principal, a visão de Santarém, com suas largas praias de areia branca, suas límpidas águas verde-escuro e a silhueta de pitorescos morros elevando-se por trás da linha verdejante da floresta, oferece uma agradável surpresa ao viajante. No Amazonas, as perspectivas são de permanente monotonia, a menos que o barco navegue junto a margem, onde a maravilhosa variedade e a beleza da vegetação oferecem uma distração constante. Caso contrário, o que há para ver e a monotonia   da vasta e pardacenta corrente, e a interminável linha das árvores da floresta, que se vai diluindo ao longe, no horizonte - semelhante ao mar - e se repete sempre à medida que o viajante avança, cansado da sua uniformidade. SAIBA MAIS.


 
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