DO QUEROSENE A CURUÁ-UNA

DO QUEROSENE A CURUÁ-UNA
Wilson Fonseca

DO QUEROSENE A CURUÁ-UNA

No cruzamento da Rua 'Floriano Peixoto" com a Travessa "15 de Agosto”, 
poste de ferro sustentando o lampião a luz Fichet. 
 (Foto de 1910, arquivo do autor).


      Nas minhas perquirições, no encontrei, com precisão, a data em que Santarém passou do óleo vegetal para o querosene, como combustível. Entretanto, Spix e Martius, em seu livro "Viagem pelo Brasil" (1820), observaram que aqui "em vez de lustres, usavam grandes lampiões, nos quais arde, por diversas mechas, o óleo de rícino". Mas já em agosto de 1880, Joaquim Lopes Bastos contratava o fornecimento de luz da cidade por 2:976$000 (dois contos novecentos e setenta e seis mil réis) anualmente, para 40 lampiões que consumiam 150$000 (cento e cinquenta mil réis) de combustível (naturalmente já o querosene) por mês. 
      Turiano Lins Meira de Vasconcelos experimentou novo sistema. Em apontamentos resguardados pelo historiador santareno Paulo Rodrigues dos Santos e que me passaram pelas mãos, encontrei a notícia de que em julho de 1908 foi firmado contrato entre o Município e a firma Santos, Maicher & Cia., para a instalação de aparelhagem de iluminação pública pelo sistema chamado Luz Fichet. O combustível usado era uma mistura de benzol e álcool, sendo os combustores providos de camisas incandescentes. A sua inauguração, em agosto de 1909, a cidade exultou, pois, a luz era magnífica. A aparelhagem distribuidora foi montada na Travessa Inácio Corrêa, em casa particular do sr. Pedro Maciel de Castro, funcionário municipal, que ficou encarregado de sua administração. Poucos meses depois, porém, a Intendência começou a cortar a iluminação nas ruas mais distantes. Reclamava-se o excessivo consumo de combustível e sobretudo o estrago diário de camisas, que precisavam ser substituídas a todo momento. A luz começou a minguar e veio o fracasso total e retorno aos lampiões a querosene. 
Fonte: Fonseca, Wilson, Programa da Festa de Nossa Senhora da Conceição, Santarém-PA - 08 de dezembro de 1977, pag. 29,31 e 32.. 

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